“Sempre me lembro de dizer que queria ser jornalista de moda e lifestyle.”
- whatsnextblog
- 16 de jan. de 2021
- 6 min de leitura
Apaixonada por viagens e tudo o que engloba o mundo da roupa e das tendências, Beatriz Bernardino é, aos 25 anos, responsável pela secção de moda e lifestyle numa revista digital. Licenciada em Sociologia e Mestre em Comunicação, foi no Jornalismo que encontrou a sua verdadeira vocação.

Beatriz, em primeiro lugar temos que te agradecer pela disponibilidade na realização desta entrevista. Para que quem nos lê te conheça um bocadinho melhor, gostávamos que nos falasses um pouco sobre ti.
BB: Olá Cristiana e Mariana! Em primeiro lugar quero agradecer pelo contacto e espero que o meu contributo seja útil para o vosso crescimento no novo blogue. Sou a Beatriz Bernardino, tenho 25 anos e moro em Mafra, entre o mar da Ericeira e a cidade de Lisboa. Neste momento sou responsável pela secção de moda e lifestyle numa revista digital que me dá liberdade para escrever sobre aquilo que mais gosto.
Sabemos que és licenciada em sociologia e tiraste o mestrado de jornalismo no ISCTE. O que é que te levou a envergar por esta área?
BB: Sim, tenho licenciatura em Sociologia e mestrado em Comunicação, especialmente no ramo de jornalismo. Na altura quando entrei na licenciatura tinha a ideia de mudar de curso no ano seguinte porque sempre tive interesse pela área de comunicação e jornalismo, no entanto, como gostei do curso acabei por terminá-lo e mais tarde fazer a especialização no mestrado. E assim foi. Acho que os dois cursos acabam por se complementar entre si, porque uma licenciatura em Sociologia dá-nos bases de comunicação em diversas áreas. No mestrado acabei por aprofundar, e aí sim, ter uma especialização mais direcionada para a comunicação enquanto realmente, meio de comunicação. Acho que acabei por adquirir bases de duas áreas que acabam por se complementar entre si, o que é excelente.
Sentes que o facto de te teres formado em duas áreas de certa forma distintas, pode ser uma mais valia para a tua vida profissional, no sentido em que te pode abrir mais portas no futuro?
BB: Sim, é possível que assim o seja. No entanto sempre foi na comunicação que me imaginava a trabalhar futuramente e não tanto na sociologia. Mas, claro que acabei por adquirir competências que me dão competência para trabalhar em funções associadas à sociologia. Quando terminei a fase académica e deparei-me com o início do mercado de trabalho sempre me interessou a área de comunicação, especialmente, a parte jornalística. E foi sempre nessa vertente que procurei.
Qual destas duas áreas mais te fascina? Aquela com que sempre sonhaste?
BB: A comunicação, sem dúvida. Sempre me lembro de dizer que queria ser jornalista de moda e lifestyle.
Hoje em dia estás a trabalhar na tua área? O que é que estás a fazer em concreto?
BB: Neste momento estou a trabalhar numa revista digital @newmen, direcionada principalmente ao público masculino. É um projeto recente que nasceu em 2020 de entretenimento digital. Estou responsável pela secção de moda e lifestyle, no entanto, também dou uma perninha na cultura (que não me importo nada!).
Sentiste que o processo de ingressar no mercado de trabalho é um processo complicado, e por vezes, frustrante dadas as respostas negativas que todos nós já recebemos?
BB: Infelizmente vivemos numa geração em que temos mais pessoas qualificadas do que cargos de trabalho disponíveis. Entendo que haja áreas mais fáceis de ingressar no mercado de trabalho do que outras, e infelizmente, o jornalismo é uma delas. Estive, pelo menos, um ano à procura de trabalho na área de comunicação. O importante é não baixar os braços e persistir na luta até encontrar algo que gostamos realmente de fazer.
No teu caso, conseguiste arranjar logo emprego na tua área ou ainda tiveste algum tempo à procura, a enviar currículos, etc?
BB: Nunca estive desempregada, mas não comecei logo a trabalhar na área. Quando entreguei a minha tese de mestrado comecei a enviar o meu currículo, e na altura não consegui arranjar algo que estivesse relacionado com aquilo que ambicionava fazer no futuro. Tive em part-time no grupo Inditex durante mais de um ano, e fui sempre enviando currículos para a minha área. Em 2020 surgiu a hipótese de ingressar neste projeto e de fazer algo que realmente correspondesse às áreas em que gostava de trabalhar: jornalismo e moda. É importante não deixarmos de procurar aquilo que seja 100% o que pretendemos fazer, por mais que o primeiro, segundo ou mesmo o terceiro trabalho ainda acabe por ficar aquém das nossas expetativas.
Que conselhos darias à Beatriz de há uns anos para chegar aqui?
BB: Que tivesse tido mais motivação para terminar a tese de mestrado! Foram períodos difíceis, de desânimo, de angústia, mas que no fim, valeram a pena. É um sentimento de “Ufa! Já está!” que é indescritível. Acho que podia ter tido mais motivação para concluí-la e poupado um ano da minha vida, mas estava a conciliar com o estágio no Grupo Cofina, na revista Flash, e acabou por ser difícil conciliar os dois trabalhos. Foi um estágio que me deu muita “bagagem” e na altura, na minha entrevista, disseram-me algo que nunca mais me esqueci: “depois disto, vais conseguir trabalhar em qualquer redação”, e realmente acredito que assim o seja.
Acho que o conselho continua a ser o mesmo, a longo prazo: não desistir de encontrar o trabalho de sonho e que nos realize a 100%.
O facto de trabalhares em comunicação faz com que utilizes as tuas redes sociais como ferramenta de trabalho ou não sentes essa necessidade?
BB: Sim, sem dúvida! Acho que numa era das redes sociais é importante mantermo-nos atualizados. Como trabalho em jornalismo digital, é sempre importante estarmos em cima do acontecimento, como se costuma dizer. Em tempos de pandemia, as marcas relacionadas com a moda, têm sentido a necessidade de recorrer às redes sociais para divulgar os seus produtos. A mal ou bem, as redes sociais, como o Instagram ou Facebook, são importantes para nos sentirmos atualizados diariamente. E numa área como o jornalismo digital, ainda mais. É algo momentâneo que vive do “agora” e da atualidade, e neste momento o meu trabalho depende dessa “atualização”.
Olhando para o teu Instagram, conseguimos perceber duas paixões tuas: a moda e viagens. Consideras que no futuro podes apostar e investir nestas áreas como ferramenta de trabalho, visto que parece ser um conteúdo que os teus seguidores apreciam?

BB: Tenho dúvidas que esse (o Instagram) seja algum dia o meu trabalho, até porque não pretendo que o seja (pelo menos nunca foi essa a ideia). Mas é verdade que sempre liguei ao Instagram desde 2013 quando surgiu a aplicação, pelas fotografias, pela edição, pelos sítios... tudo. Talvez seja por isso que tenha tido um “crescimento” numa dada altura, mas de longe que foi algo planeado ou direcionado para um possível futuro na área digital. Gosto de partilhar as minhas fotografias, o que gosto ou os sítios onde vou, mas por gosto pessoal e não por pensar que isso irá influenciar alguém. Se influenciar alguém – no bom sentido - fico contente, mas nunca foi esse o meu objetivo. Para o futuro, sei que quero manter-me nesta vertente da moda aliada ao jornalismo e acaba por ser inevitável que esse meu “interesse” não esteja espelhado nas minhas redes sociais.
Se te pedissem, para escolher: estar um ano sem viajar, ou estar um ano sem comprar roupa?
BB: Difícil! Porque gosto de ambos. Mas se pensar no sentido prático e consciente, penso que seria mais fácil não viajar durante um ano, do que não comprar uma única peça de roupa. Não é que precisasse (porque às tantas tenho o armário cheio) mas acho que às tantas seria difícil de resistir (risos).
Que expectativas tens para este ano? Quer a nível pessoal, quer a nível profissional?
BB: Se 2020 já foi difícil, duvido que 2021 seja melhor. Acho que é um ano em que se mantivermos os nossos empregos, a nossa família e os nossos amigos, já não é nada mau. Tudo o que vier depois disso, é bónus.
Se pudesses pedir agora um desejo, o que é que pedias?
BB: Em primeiro lugar: que tudo melhore, e que em breve, possamos voltar ao “normal”. O que é assustador é que o tempo passa, e a mal ou bem, já lá vai quase um ano em que a nossa vida está em “stand-by”. Gostava que 2021 fosse o ano em que tudo dá a volta, em que as pessoas podem viajar sem medos ou restrições de tudo estar fechado ou com regras por causa do covid-19. Apesar de em 2020 ter conseguido fazer uma viagem em tempo de pandemia – isto porque o meu pai vive fora do país – as coisas não estão iguais e o encanto de viajar não é, de todo, o mesmo. Portanto acho que não há mais nada que possa pedir, sem ser que as coisas melhorem em todo o mundo!
A nível profissional, gostava sobretudo de continuar a escrever sobre aquilo que gosto. Acho que é o mais importante.
Mais uma vez muito obrigada Beatriz!
BB: Obrigada!
Se quiserem continuar a acompanhar a Beatriz através do Instagram: @beatrizbernardino
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