Como entreter as crianças em casa

Novo estado de emergência, novo confinamento. Escolas fechadas, interrupção letiva por quinze dias, no mínimo… Pais em teletrabalho e crianças em casa sem aulas e a querer atenção.

Como conjugar isto tudo? É certo que não existe uma fórmula infalível, mas também sabemos que há sempre uma solução para tudo e por vezes é apenas uma questão de boa vontade! O comum é optarmos pela opção mais fácil mas será que essa é sempre a nossa melhor escolha?

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Distrair os “miúdos” com o telemóvel ou com a televisão pode parecer simples e aparentemente “inofensivo” mas em excesso pode, de facto, ser prejudicial para os nossos pequenos. Cada vez mais cedo as crianças começam a ter acesso a estas novas tecnologias e muitas vezes acabam por ficar obcecadas ou a fazer a chamada “birra” quando os pais lhes negam os seus telemóveis.

Por essa mesma razão, e para que as crianças possam continuar a entreter- se neste período de confinamento mas de forma mais saudável e com atividades didáticas, o What’s next conversou com Ana Cristina Lourenço, educadora e professora do 1º ciclo.

“Parece- me muito importante desviar cada vez mais as crianças dos ecrãs, e como mãe de duas crianças (4 meses e 4 anos) parece- me excessivo mais de 30 minutos diários”. Para a Ana Cristina, é importante distrair as crianças com brincadeiras que lhes desenvolvam outro tipo de aptidões e aprendizagens, e “envolvê- las em tarefas mais práticas relativas à rotina do dia a dia, adaptando- as às suas idades”.

O facto de estarmos obrigados a passar mais tempo nas nossas casas pode, por sua vez, ser uma boa oportunidade para os pais desenvolverem nas crianças certas competências e valores que devem ser enraizados em casa. “ É no seio familiar que se formam determinados valores, os mais básicos de todos, tais como a responsabilidade e o interesse por coisas do quotidiano”. Também é fundamental que em casa se estimule o vocabulário dos mais pequenos e que lhes seja incutida segurança.

Deixamos- vos agora algumas atividades sugeridas pela nossa educadora Ana Cristina, que podem fazer com os vossos filhos/ irmãos/ netos ou sobrinhos em casa. Estas são diferentes atividades para fazerem no seio do vosso lar ou ainda num espaço exterior, caso tenham jardim ou um pequeno terraço onde possam brincar com os “miúdos”.

Interior:

1. Histórias: o adulto conta uma história à criança e o objetivo é que esta seja capaz de a recontar, fazer uma ilustração da mesma ou ainda uma possível dramatização. Assim, a criança está a desenvolver a motricidade grossa (movimentos com o corpo em que não é preciso um controlo tão minucioso, como por exemplo correr, mandar a bola com as mãos a um amigo, etc) e capacidades de memorização e de conhecimento de um novo vocabulário;

2. Recortes e colagens: uma das atividades preferidas dos mais pequenos. Para além disso desenvolve a motricidade fina ( movimentos mais delicados e precisos, aqui englobam- se movimentos com os dedos como por exemplo, enrolar bolinhas de papel, cortar, pegar num pincel, pintar dentro das linhas, etc);

3. Pinturas livres: quer seja com lápis, caneta, aguarelas, lápis de cera, etc...aqui importa adaptar os materiais à idade da criança. Esta atividade desenvolve a criatividade;

4. Jogos de rimas: uma opção muito divertida e criativa. Permite o desenvolvimento do vocabulário e da memorização.

5. Brincadeiras com balões: uma atividade muito divertida para as crianças. Aqui, o adulto deve dar asas à sua imaginação e criar um momento didático e, ao mesmo tempo, deve ir mudando as regras do jogo. Assim, a criança desenvolve movimentos, equilíbrio, destreza corporal e ainda a importância do cumprimento das regras.

Exterior:

1. Jogo das corridas

2. Jogo das escondidas

3. Jogo do macaquinho do chinês

Todas estas atividades desenvolvem o conhecimento do próprio corpo, a consciência do espaço e o cumprimento de regras.

Esperamos que estas dicas sejam úteis e que acima de tudo tenham em conta que todos estes jogos/ atividades mais didáticas, para além de serem muito benéficas para os mais novos são, acima de tudo, momentos prazerosos que podem aproveitar em família e com as pessoas que mais amam. Muitas vezes nos queixamos de falta de tempo e agora, tempo é coisa que não nos falta!

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